Fui contratado na antiga Fenspetec, em junho de 2002, com a responsabilidade de criar e estruturar a área de Contabilidade, que até então era feita por um contador terceirizado. Na época, a instituição enfrentava muitos problemas com o Ministério Público, inclusive correndo o risco de intervenção na gestão.

Como profissional da área de comércio e indústria, não tinha a mínima ideia de como funcionava o Ministério Público e a fiscalização feita por ele. É diferente do setor privado, em que éramos fiscalizados pela Receita Federal, Receita Estadual e Municipal e Ministério do Trabalho. Restou-me colocar toda a documentão embaixo do braço e saber como e onde funcionava o até então desconhecido órgão fiscalizador.

Já em 2003, mais novidade. A instituição resolveu mudar seu estatuto, pois como Fenspetec atendia apenas a uma unidade da Fiocruz, a Ensp. Na época, cada unidade da Fiocruz criava uma fundação de apoio para atender as suas demandas. Lembro que Biomanguinhos foi pioneira nessa prática.

A antiga Fenspetec deveria mudar seu estatuto para Fiotec, transformando-se em uma fundação única, para atender todas as unidades da Fiocruz. Como não tínhamos setor jurídico na época, eu mesmo, como contador, preparei o novo estatuto. A pedido do Ministério Público, para facilitar sua análise e aprovação, tive que preparar um documento informando parágrafo a parágrafo o antes e depois da fundação.

Todos os dias nos deparávamos com desafios até então inéditos. O processo de compra em uma fundação de apoio é totalmente diferente do que é feito no setor privado. Tivemos que preparar os profissionais da contabilidade para estes novos procedimentos. Em nenhuma das empresas que já trabalhei me deparei com a necessidade de tantas autorizações, dos mais variados órgãos fiscalizadores.

Por isso digo que a Fiotec é a maior de todas. Porque as empresas “A” ou “B” possuem atividades especificas. Fabricam carros, computadores ou outros produtos. Mas na Fiotec é completamente diferente. Aqui fazemos de tudo, o que nos obriga a sermos camaleões no dia a dia. Aqui não existe rotina, nunca.

Depois de alguns anos na função de contador, por conta da restruturação da área, fui convidado pelo então gerente financeiro, Adilson Gomes dos Santos, a ocupar seu posto. Na época, ele havia sido convidado a ocupar a Gerência Geral, por conta da saída de Mário Rodrigues.

Atualmente, diante do objetivo da Fiotec em receber novos projetos, fui convidado a ocupar uma Assessoria. Desta vez em apoio à Diretoria Executiva da instituição.