O termo Saúde do Trabalhador refere-se a um campo que visa compreender as relações entre o trabalho e o processo saúde/doença. A Fiotec apoia dois projetos da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), coordenados por Luiz Carlos Fadel de Vasconcellos, que juntos atuam formando agentes públicos (curso básico) e multiplicadores de vigilância em saúde do trabalhador. Os projetos têm como objetivo sensibilizar os participantes sobre a importância do tema.

O curso básico é formado por trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) de todos os níveis, a partir do fundamental. Após a formação no curso básico, os alunos que forem da área de saúde e possuírem ensino superior podem ser indicados pelo Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) para participar do curso de multiplicadores. Os formados no curso de multiplicadores tornam-se professores do curso básico. “É um ciclo, estruturado para criar uma sensibilização da importância da vigilância em saúde do trabalhador”, explicou Jacqueline Caldas, que atua junto à coordenação do projeto.

Os locais de aplicação dos cursos são indicados também pelo Ministério da Saúde, que monitora os locais em que os profissionais devem ser formados na vigilância em saúde do trabalhador. Apesar de acontecerem em diversos municípios, em sua maioria se concentram nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, considerados locais prioritários. Mais de 600 profissionais já foram formados nos cursos básicos, e 60 no curso de multiplicadores. O sucesso tem sido tanto, que existem locais que procuram a coordenação para pedir o curso.

Saúde do trabalhador
A questão da saúde do trabalhador ainda é pouco divulgada, mas o problema atinge um número considerável de pessoas. Em média, 700 mil acidentes e doenças originadas no local de trabalho são registradas por ano aqui no Brasil.

A Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat) deve ocupar papel central na intervenção sobre os determinantes dos agravos à saúde dos trabalhadores. A vigilância é considerada uma estratégia no interior do SUS para enfrentamento das situações que colocam em risco a saúde da população trabalhadora, sendo composta pela intervenção articulada em três dimensões: a promoção da saúde, a prevenção das enfermidades e acidentes e a atenção curativa.

Por isso, é extremamente importante ter profissionais qualificados e atentos à questão. Nesse sentido, os cursos são uma estratégia do Ministério da Saúde para que o conhecimento sobre o tema seja uma forma de evitar acidentes e doenças “de trabalho”.