O tradicional Encontro Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica foi realizado na semana passada em Belo Horizonte. A 34ª edição do evento, realizado anualmente, teve como tema central o excesso de burocracia e as barreiras ao desenvolvimento da pesquisa no Brasil, bem como seus impactos e prejuízos ao setor. Entre os dias 21 e 24 de novembro, cerca de 300 pessoas participaram de oficinas, palestras e fóruns temáticos, representando a maioria das fundações do Brasil.
Promovido pelo Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), o encontro deste ano foi organizado pela Fundação Arthur Bernardes (Funarbe) e Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), ambas de Minas Gerais. A Fiotec patrocinou o evento e participou ativamente das atividades, destacando-se, mais uma vez, como referência em boas práticas de atuação entre as fundações de apoio afiliadas ao Conselho.
A burocracia como fator que dificulta a inovação
O grupo de palestrantes e debatedores foi formado por representantes do Ministério da Educação, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), do poder legislativo, da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), além de dirigentes das instituições apoiadas e fundações de apoio. Em pauta, os entraves burocráticos que prejudicam o desenvolvimento científico e tecnológico e colocam o Brasil entre os países menos inovadores do mundo, de acordo com o Global Innovation Index de 2015, ranking no qual o País aparece na 70ª colocação.
A derrubada dos vetos do Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação foi um dos temas que vieram à tona. A atuação excessiva dos órgãos de controle também foi fortemente debatida. Nesse sentido, uma das ações anunciadas no evento foi o lançamento de um relatório com 12 questões formuladas com o apoio do Sebrae, do MCTIC e do governo federal. A iniciativa pretende responder “O que pensa o pesquisador brasileiro sobre a burocracia”. A previsão é que os dados sejam coletados até o fim deste ano.
Como ocorreu nas últimas edições, o primeiro dia do Encontro do Confies foi reservado para a realização de fóruns específicos: comunicação, tecnologia da informação, contabilidade, Colégio de Procuradores e dirigentes das fundações. Evandro Maroni, gerente de Tecnologia da Informação da Fiotec, foi coordenador do fórum de TI.
Rodrigo Santos, supervisor de TI da Fiotec, apresentou o processo de operação do Portal de Acesso à Informação, ferramenta utilizada para disponibilizar dados de projetos nos quais são utilizados recursos públicos, conforme exigido pela legislação. “O que interessou foi a lógica de inserção das informações e o formato, que procuramos mostrar para estimular o debate e a discussão em relação ao alcance e a amplitude dessa divulgação”, afirmou Evandro.
Eficiência na gestão financeira
Na reunião dos dirigentes das fundações, Alexandre Valinoti, gerente de Administração Financeira e Contábil da Fiotec, apresentou as boas práticas de gestão financeira adotadas pela instituição. Valinoti demonstrou os caminhos encontrados, em tempos de crise, para buscar mais eficiência na gestão de investimentos e na obtenção de receitas adicionais para os projetos, sem mudar seu perfil conservador.
Entre as ações colocadas em prática estavam a utilização de fundos de investimentos exclusivos, reposicionamento junto a bancos e gestores, criação de métricas para acompanhamento e controle, entre outras. “Acredito que este tenha sido o maior momento do encontro”, comentou Adilson Gomes dos Santos, gerente geral da Fiotec.
Gerente geral da Fiotec permanece no Conselho Fiscal do Confies
No último dia, foi realizada a Assembleia Geral, que elegeu os dirigentes do Confies. Foram eleitos Fernando Peregrino como presidente e Suzana Montenegro como vice-presidente. Adilson Gomes permanece como membro do Conselho Fiscal.
*Com informações do Confies e do Jornal da Ciência, da SBPC