A partir de 2012, Moçambique representará uma nova fase na luta contra a epidemia de HIV/Aids na África subsariana, fruto de uma iniciativa de Farmanguinhos em parceria com a Fiotec. Está previsto para o segundo semestre deste ano o início da produção dos primeiros lotes de antirretrovirais da fábrica. Com isso, o país africano pretende aumentar o acesso às drogas contra a doença e ao mesmo tempo diminuir a dependência internacional. Maputo vai ter o primeiro laboratório da região (excluindo a África do Sul) certificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a produção dos antirretrovirais além de outros medicamentos.
Depois do lançamento dos primeiros antirretrovirais combinados, em 1996, o acesso às drogas nunca deixou de ser desigual. Enquanto as grandes farmacêuticas continuaram investindo em novas fórmulas no Primeiro Mundo, as nações emergentes apostaram no desenvolvimento de genéricos. Já os países pobres assentaram os seus programas de combate à Aids em doações internacionais.
Nos primeiros seis meses, os lotes produzidos servirão, todos eles, apenas para testes de bioequivalência - similares a um nível em que seus efeitos, a respeito da eficácia e segurança, possam ser essencialmente os mesmos. A perspectiva é abastecer o mercado nacional, mas poderá haver exportação. Está prevista uma produção anual de 226 milhões de comprimidos antirretrovirais e 145 milhões de unidades de outros medicamentos, como ácido fólico. Atualmente, somente metade dos soropositivos candidatos a tratamento em Moçambique tem acesso aos medicamentos.
Fonte: Farmanguinhos/Fiocruz (texto adaptado)