Aeronaves trazendo EPI e materiais farmacêuticos aterrissaram em Cabo Frio, no estado do Rio de Janeiro (foto: DMS Logistics)
Mais de 16.600 quilômetros. Essa é a distância que separa o Brasil da China, principal produtor dos materiais mais cobiçados desde o início da pandemia provocada pelo novo coronavírus. A corrida por máscaras, luvas, escudos faciais e aventais é mais um dos símbolos da realidade vivida pelo mundo desde o início deste ano.
Desde o anúncio da construção do Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Fiotec foi ao mercado para garantir os equipamentos e insumos necessários não apenas para o hospital, mas para diversas outras iniciativas da Fundação no combate à doença. As dimensões alcançadas pela pandemia e os obstáculos impostos à circulação de mercadorias levaram a Fiotec a um passo inédito em seus processos de importação. Pela primeira vez a instituição realizou as chamadas operações de charter, quando aeronaves inteiras são fretadas para transportar cargas de grande volume.
As primeiras remessas desse tipo chegaram ao Brasil entre o fim de maio e início de junho, trazendo mais de três milhões de produtos entre Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e materiais farmacêuticos. Elisângela Bevitori, responsável pela equipe de Compras Internacionais da Fiotec, explica que a opção pelo charter foi motivada pelo volume das importações e pela escassez de voos vindos da China. “Normalmente, em nossos processos, pagamos pelo espaço em aeronaves para trazer os materiais comprados, mas diante do volume dessas remessas concluímos ser mais eficiente, e menos custoso, o fretamento de aviões inteiros. Além do fato de pouquíssimas empresas aéreas estarem fazendo voos saindo da China para o Brasil. Os poucos existentes realizam muitas escalas, as cargas demorariam até 10 dias para chegar”.
Ao contrário do processo de importação normalmente realizado, em que são contratados os serviços do aeroporto e de companhias aéreas, inclusive de despachantes para embarque e desembarque dos carregamentos, nas operações de charter é tudo responsabilidade do comprador da mercadoria. “É uma verdadeira operação de guerra porque precisamos casar todas as fases para que a aeronave levante voo devidamente carregada. Quando optamos pelo charter o aeroporto disponibiliza um período de tempo determinado, de quatro a cinco horas, para que o avião pouse e todo material seja carregado. O manuseio da mercadoria no aeroporto, o transporte da carga até lá, tudo precisa estar sincronizado”, detalha Elisângela.
Para auxílio em todo esse procedimento, a Fiotec selecionou a DMS Logistics entre outras quatro agentes de carga que já trabalharam em parceria com a instituição, com base na cotação apresentada para realização dos serviços. A empresa é a responsável pelo chamado door to door (porta à porta), o processo de levar a mercadoria de sua origem até o destino final, onde será efetivamente utilizada.