O mês de julho é marcado pela campanha “Julho Amarelo”, instituída no Brasil através da Lei nº 13.802/2019, que reforça as ações de vigilância, controle e prevenção das hepatites virais. Existem cinco diferentes tipos de hepatites, cada um provocado por um agente infeccioso diferente mas que não apresentam sintomas claros para distinção no começo. Publicado em julho do ano passado pelo Ministério da Saúde, o Boletim Epidemiológico de hepatites virais indica que, entre 2000 e 2018, foram registrados 74.864 óbitos no País.
A hepatite se configura por uma inflamação do fígado, que pode ser causada por um vírus, pelo uso de medicamentos ou pelo consumo de álcool e outras drogas. Dentre os primeiros sintomas, estão: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, dor abdominal, além de pele e olhos amarelados. Nos últimos anos, o tratamento contra esse tipo de enfermidade evoluiu consideravelmente, garantindo a chance de cura de pelo menos 95%.
Os tipos são classificados pelas letras do alfabeto em A, B, C, D (Delta) e E. A hepatite A está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e higiene, sendo a mais comum das cinco, e é caracterizada como leve, existindo vacina. A do tipo B tem sua transmissão por via sexual ou contato sanguíneo, e sua prevenção está associada ao uso de preservativo, para ela também existe vacina. A hepatite tipo C é considerada uma epidemia da humanidade, superando os números de AIDS/HIV, e sendo a mais letal por não haver vacina. A Delta (ou hepatite D) ocorre apenas em pacientes já infectados pelo vírus tipo B, e a de tipo E é transmitida por via digestiva (transmissão fecal-oral), dessa forma ao tomar vacina contra a hepatite B, também previne-se a hepatite D. Já a hepatite do tipo E é causada pelo vírus VHE, mas possui ocorrência rara no Brasil, sendo mais comum na Ásia e África.
Neste ano, o Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig) e a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), em parceria com a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), têm como temática do mês de julho a frase “Não Vamos Deixar Ninguém Para Trás”, com objetivo de estimular o diagnóstico mais imediato e o acompanhamento adequado para cada um dos tipos, além de relembrar suas formas de prevenção. O tema é importante para o alcance da meta global de eliminar a hepatite C como um problema de saúde pública até 2030.
Fonte: portal revista Istoé.