Devido ao aumento no número de casos em decorrência do avanço da variante Delta ao redor do mundo, entidades globais estão realizando estudos para verificar a eficácia dos imunizantes contra essas variantes. Em uma pesquisa da Public Health England (PHE), os dados demonstraram que a vacina da AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fiocruz, alcança uma taxa de 92% de efetividade para hospitalizações e casos graves oriundos da variante Delta.
Um novo estudo coordenado pela Universidade de Oxford em parceria com o Escritório de Estatísticas Nacionais (ONS, em inglês) e com o Departamento de Saúde e Assistência Social (DHSC), do Reino Unido, analisou mais de 2,5 milhões de testes de 384.543 pessoas acima dos 18 anos, entre 1 de dezembro de 2020 e 16 de maio deste ano, quando a variante Alpha era a principal em circulação. Entre o período de 17 de maio a 1 de agosto deste ano, quando a Delta já era predominante, a pesquisa coletou mais de 810 mil testes.
A análise publicada observou que as duas doses das vacinas da Pfizer e AstraZeneca fornecem o mesmo nível de proteção do que se a pessoa tivesse contraído o Sars-CoV-2 anteriormente, sendo diferentes apenas no tempo que se perde a efetividade, em que a AstraZeneca se mantém sustentada por mais tempo. Na faixa etária de 18 a 64 anos, por exemplo, a taxa de efetividade da Pfizer caiu cerca de 22% a cada 30 dias após a segunda dose. Com a AstraZeneca, a redução foi de apenas 7% no mesmo período.
Não existem indícios de que a efetividade de ambas varie em relação ao intervalo da aplicação das doses, mas o estudo aponta que a proteção é maior entre aqueles vacinados que foram infectados anteriormente. Após 14 dias de aplicação da AstraZeneca, a taxa de efetividade era de 88% naqueles que haviam contraído o vírus, contra 68% nos que nunca tiveram a doença. Na da Pfizer, os números foram de 93% e 85%, respectivamente.
A taxa de efetividade também se altera de acordo com a faixa etária. Entre os mais jovens, dos 18 aos 34 anos, a Pfizer apresenta 90% de efetividade. Por sua vez, a AstraZeneca apresenta 73% entre o grupo mais jovem, contra 54%.
É necessário reforçar que as vacinas são capazes de diminuir e zerar o número de internações e casos da doença, mas que, neste primeiro momento, uma pessoa imunizada ainda pode contrair e infectar outras pessoas. Por isso, se faz necessário dar continuidade às medidas de prevenção já conhecidas, como o uso de álcool em gel e máscara.
Com informações da Agência Fiocruz de Notícias.