Nota técnica alerta: é preciso melhorar inclusão de dados sobre vacinação no Brasil - Fiotec

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Icict/Fiocruz

(Foto: Mario Tama/Getty Images)

Os dados sobre vacinação no Brasil estão bastante incompletos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe). O sistema contém as variáveis necessárias para o monitoramento da pandemia em diversos aspectos, como as tendências sócio demográficas de casos e óbitos e a efetividade da vacinação. Porém, essas variáveis não vêm sendo devidamente preenchidas pelas equipes de Saúde, tanto da rede pública quanto do setor privado. Sobrecarregadas pela pandemia e com pouco treinamento e equipamentos, essas equipes enfrentam muitas dificuldades para o registro adequado das informações.

Essa foi a conclusão a que chegaram os pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação Científica em Saúde (Icict/Fiocruz) ao analisar os registros de notificação de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com diagnóstico laboratorial de Covid-19, dentro da base de dados do Sivep-Gripe. É grande a quantidade de registros sobre pacientes que tomaram a primeira e a segunda vacina que não foram preenchidos ou que trazem apenas a palavra “ignorado”, de acordo com a recém-publicada Nota Técnica nº 20 do sistema MonitoraCovid-19, intitulada Qualidade dos dados de vacinação nas unidades de saúde de atendimento para Covid-19.

Os dados analisados no estudo foram as novas variáveis inseridas no Sivep-Gripe após o início da vacinação, que passaram a ser preenchidas no momento da hospitalização. Nessas novas variáveis, as unidades de saúde públicas e privadas informam se o paciente com SRAG foi vacinado, qual a data da primeira e da segunda vacina e a numeração dos lotes de ambas as vacinas. 

Apesar da importância do preenchimento dessas informações, a grande maioria dos registros está incompleta, vazia ou com erro. Em estados como Amapá e Mato Grosso do Sul, por exemplo, foi informado ao Sivep-Gripe que mais de 90% dos pacientes internados estavam vacinados. Porém, apenas 6% (AP) e 21% (MS) dos registros trazem a data da primeira dose – na maioria dos casos, o campo foi preenchido com a palavra “ignorado”. Situações similares se repetem nos lançamentos da grande maioria dos estados, em diferentes proporções.

Necessidade de investimentos

“A análise da efetividade da vacinação é extremamente necessária. Não temos dúvidas da importância da imunização para o controle da pandemia. O que alertamos, neste estudo, é quanto à fragilidade de dados que são essenciais para amparar a comprovação científica quanto a essa efetividade. Precisamos de uma melhoria da qualidade dos dados”, analisa Diego Xavier, especialista em Saúde Pública da Fiocruz e um dos responsáveis pelo estudo do Icict.

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Fonte: Agência Fiocruz de Notícias (AFN).