Dados do terceiro trimestre de 2022, reunidos na mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), estimam que 18,6 milhões de pessoas formem hoje a população com deficiência no Brasil. Entre muitos outros aspectos avaliados, o levantamento mostra que esses brasileiros estão menos inseridos no mercado de trabalho, com uma taxa de analfabetismo que chega a 19,5%. Grande parte do grupo não completou a educação básica, 63,3% não tinham instrução ou não concluíram o ensino fundamental.
Encontrar soluções para as desigualdades no Brasil torna-se ainda mais difícil devido a carência de informação qualificada sobre a população. Nesse sentido, o Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), por meio de seu Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão Social (Nippis), administra uma plataforma que reúne e disponibiliza indicadores confiáveis para o monitoramento das condições de vida, bem-estar e direitos humanos da população com deficiência. O Sistema Nacional de Informações sobre Deficiência (Sisdef) é hoje referência para pesquisadores, profissionais e gestores públicos, orientando ações e estratégias em nível nacional.
“O sistema apresenta indicadores que subsidiam a gestão pública, racionalização dos recursos, pesquisas e os movimentos sociais, oferecendo ferramentas para que a sua luta se fortaleça, se qualifique e se aproprie de mais esta grande conquista histórica. Não se faz política pública sem informação qualificada e, no campo das pessoas com deficiência, o Sisdef busca reduzir essa lacuna”, comenta Cristina Rabelais, pesquisadora do Icict/Fiocruz e coordenadora do Sistema.
Diversas bases de dados e temas variados
O Sisdef conta, hoje, com mais de 100 indicadores, construídos de modo a favorecer perspectivas intersetoriais e de interseccionalidade. A plataforma funciona da seguinte forma: em uma primeira fase, denominada de “gestão”, são recebidos cada base de dados e seus materiais auxiliares, com os devidos protocolos de segurança; em seguida, é feita uma seleção e os indicadores são construídos; na terceira fase esses indicadores são indexados e inseridos em painéis. Por fim, todos esses dados são testados, apresentados de forma visual e levando em conta a acessibilidade, claro.
Além de possibilitar que políticas públicas voltadas à população com deficiência sejam avaliadas, a plataforma permite o desenvolvimento de projetos e iniciativas inéditos ao promover o acesso universal à informação de qualidade. “O Sisdef é uma plataforma dinâmica, em permanente atualização, que utiliza bases de dados oficiais como fontes para a elaboração de indicadores. Assim, é possível identificar as políticas e ações que podem e devem ser feitas para melhorar a qualidade de vida dessa população”, ressalta Cristina.
Com informações do portal gov.br.