Em seu segundo mandato, Mario Moreira é o 28º presidente da Fiocruz (foto: Peter Ilicciev)
Presidente reeleito da Fiocruz, Mario Moreira tomou posse nesta sexta-feira (4/4) por mais quatro anos. Reeleito em 24 de outubro para o quadriênio 2025-2028, ele recebeu na ocasião 81,8% dos votos válidos. A cerimônia foi realizada ao ar livre, na Praça Pasteur, ao lado do célebre Castelo de Manguinhos, no Rio de Janeiro. 28º presidente da Fiocruz, Mario Moreira deu início a seu segundo mandato com a mais diversa composição étnico-racial e de gênero da história da Fundação. Dos cargos de alta gestão, incluindo vice-presidentes e coordenações, 64% serão ocupados por negros. As mulheres serão maioria, ocupando 7 das 11 cadeiras. Moreira afirmou que o evento foi “uma celebração da democracia”.
Ao iniciar seu discurso, Moreira disse que a cerimônia “representa muito mais que a posse de um presidente da Fiocruz. Significa a capacidade que temos, no Brasil, de mobilizar vários setores da sociedade, que estão aqui em defesa da democracia, da ciência, da saúde e também fazendo uma defesa intransigente do [Sistema Único de Saúde] SUS”. Ele saudou o ex-presidentes presentes – Carlos Morel, Paulo Buss e Paulo Gadelha – e os demais participantes da mesa.
Em alusão a uma frase dita em uma intervenção anterior, de Elizabeth Campos, coordenadora da Rede de Empreendimentos Sociais (Rede CCAP), Moreira disse que “a Fiocruz não é próxima das favelas e periferias. Ela é favela e periferia”.
O presidente admitiu estar nervoso pelos dias de emoção que tem vivido. “Recebi algumas homenagens recentemente, como a de cavaleiro da coroa belga. Mas nada se compara com a emoção de tomar posse como presidente da Fiocruz. E aqui, na Praça Pasteur, lugar de luta, de reintegração de servidores cassados e de tantas outras mobilizações”.
Ele disse que cientistas e ciência sofreram perseguições nos últimos tempos. “O Governo Lula é a retomada da democracia e do processo de mobilização social. A Fiocruz sofreu nos dois governos anteriores ao de Lula. Temos que trabalhar na reconstrução do país e nesta retomada a Fiocruz tem um papel e sabe qual é o seu papel, na ciência, na saúde, na formação de profissionais, na tecnologia. E tem também assumido um papel cada vez mais relevante no cenário internacional”.
Moreira destacou que há grandes desafios no Brasil. “Temos um país muito desigual e no qual parte da população voltou a sentir fome. Espero que ainda no primeiro mandato de Lula possamos retornar a um período, cerca de dez anos atrás, que pensávamos ter superado definitivamente esta situação”.
O presidente disse que o Brasil é o único país que tem algo como o SUS e que isso precisa ser valorizado. “É uma bandeira civilizatória. Cada trabalhador e trabalhadora daqui tem a perfeita noção do nosso papel. A Fiocruz é um patrimônio da sociedade brasileira, presente em todos os biomas, em vários estados. Mobilizamos diariamente 11 mil trabalhadores, todos em atividades voltadas ao bem comum”.
Moreira citou as mudanças climáticas e os danosos efeitos dessas alterações na saúde. Comentou ainda sobre a transição demográfica pela qual o país passa, cuja carga de doenças pressiona o SUS.
“A Fiocruz é um corpo vivo, pulsante, que respira ciência e exala cuidado, um organismo que cresce, que pensa, que se reinventa e insiste em resistir diante de qualquer cenário, somos movidos pela busca incansável pelo conhecimento, pelo acolhimento, pelo remédio certo, pela vacina exata, pela cura possível”.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias (AFN).