O efeito da dor na internação pediátrica, as consequências da dor não tratada e a importância de manejá-la são discussões abordadas pelo projeto institucional Hospital CuidaDor - Crianças sem Dor, apoiado pela Fiotec. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Instituto Fernandes Figueira (IFF), a Universidade de São Paulo (USP) e a Dalhousie University do Canadá, com o financiamento do Ministério da Saúde. Iniciado no Brasil em janeiro de 2011, o programa tem como objetivo mapear a questão da dor nos hospitais e, a partir dos resultados e análises, capacitar profissionais para lidar com o problema de forma eficiente. A intenção é tornar o IFF e a USP centros de referência no manejo da dor, seguindo o exemplo do Hospital Iwk Health Center, do Canadá.
O projeto foi divido em três etapas: pesquisa/mapeamento, capacitação e desenvolvimento de um website. Um importante passo foi uma pesquisa realizada com profissionais de saúde para saber como eles lidam com a questão da dor. “O resultado da pesquisa mostrou que os profissionais estão atentos à questão da dor. Para evidenciar esse cuidado, o nosso próximo passo é constituir uma linha institucional, através da criação dos protocolos. A participação dos profissionais é importante para que eles possam conhecer como a questão está sendo tratada no IFF por intermédio de dados concretos”, afirmou a coordenadora do projeto, Maria de Fátima Junqueira, em entrevista para Agência Fiocruz de Notícias e para o site do IFF.
Outro marco na execução da proposta foi o seminário com a presença do pesquisador canadense Allen Finley, organizador do programa Child Kind, que serviu de inspiração para a criação do projeto brasileiro. Finley se reuniu com as equipes de cirurgia Pediátrica, Neonatologia e Pediatria para debater as necessidades específicas de cada serviço, de modo a traçar o melhor protocolo para o cuidado da dor no IFF. O seminário contou com 80 profissionais.
O pesquisador explicou como funciona o processo da dor no corpo humano. De acordo com ele, pesquisas revelaram que animais submetidos a processos dolorosos repetidamente, quando adultos, são mais vulneráveis a dor, apresentando menor resposta imunológica e são mais suscetíveis ao câncer. Finley Ele disse ainda que, em prematuros, quanto mais intensa a dor, menor a capacidade de demonstrá-la e que no futuro, apenas um simples toque pode remeter e até mesmo provocar a sensação da dor sentida no passado.
Segundo o IFF, alguns seminários, debates e reuniões já foram realizados. Atualmente, está em andamento o desenvolvimento do website para a disseminação dos conhecimentos do projeto, de modo a torná-los acessíveis aos profissionais que lidam com neonatos e crianças internados.
*Com informações de IFF e portal Fiocruz
Foto: Fiocruz Multimagens