Profissionais trabalhando nas instalações da fábrica de medicamentos, em 2012, ano em que as operações foram oficialmente iniciadas (foto: Peter Ilicciev).
Na última quinta-feira (30/9), uma nota conjunta dos governos do Brasil e Moçambique anunciou a conclusão oficial do projeto para instalação da Fábrica de Medicamentos em Maputo, capital do país africano. A estrutura é resultado de uma missão de transferência de tecnologia e parceria com o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz).
O trabalho em conjunto possibilitou a implementação da infraestrutura fabril, a aquisição, doação e instalação de equipamentos, além da transferência de tecnologias para a produção de medicamentos e a capacitação de pessoal. Foram mais de 35 mil horas de treinamento que resultaram na produção de 120 milhões de unidades farmacêuticas nas novas instalações.
"Estamos finalizando esse importante projeto com o mérito de ter deixado a fábrica produzindo, equipes treinadas e um conjunto de tecnologias transferidas que hoje fazem parte do portfólio inicial da Sociedade Moçambicana de Medicamentos", ressaltou o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger.
A vice-presidência da Fundação coordenou o projeto voltado à finalização da transferência de tecnologia e construção da fábrica, que contou com a gestão financeira, administrativa e logística da Fiotec. Esse mesmo projeto foi iniciado em 2017, sob coordenação de Farmanguinhos/Fiocruz. A unidade foi a responsável por executar as atividades previstas na parceria e iniciou seu trabalho ainda em 2008, com a constituição de uma equipe técnica multidisciplinar dedicada à instalação e operação da Sociedade Moçambicana de Medicamentos (SMM).
“Este projeto foi um enorme desafio, devido à distância e a complexidade de implementação de uma indústria farmacêutica com suas peculiaridades e regras sanitárias rígidas e em constante evolução. Outro desafio a ser superado foi a necessidade de capacitação, treinamento constante e desenvolvimento de profissionais de várias formações como farmacêuticos e engenheiros, entre outros. Deste ponto de vista ver os primeiros alunos do curso de farmácia começarem a trabalhar na fábrica já é um enorme ganho do ponto de vista do projeto e de sua sustentabilidade futura”, destaca o diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça.
Início das operações ainda em 2012
Há quase 10 anos era celebrado o fim das obras da unidade de produção denominada Sociedade Moçambicana de Medicamentos (SMM). À época, a produção de fármacos estava voltada ao combate da epidemia de HIV/Aids, beneficiando cerca de 2,7 milhões de moçambicanos.
A Fiocruz foi representada no evento em julho de 2012 pelo então presidente da Fundação, Paulo Gadelha. Além de outros representantes da instituição e do Governo Federal brasileiro, estava o então diretor de Farmanguinhos, Hayne Felipe Silva, que hoje ocupa a posição de diretor executivo da Fiotec.
Com informações da Coordenação de Comunicação Social da Fiocruz.