Foto: Saul SchrammComo parte da Campanha de Enfrentamento à Dengue, Zika e Chikungunya 2021, da Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Mato Grosso do Sul em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), o Método Wolbachia, do WMP, iniciou na terça-feira (26/10) a terceira fase de liberação simbólica dos mosquitos em Campo Grande (MS). Nesta fase, 15 bairros serão atendidos pela iniciativa.
De acordo com o gestor do WMP/Fiocruz no Brasil, Gabriel Sylvestre, em entrevista ao site do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, o projeto está rendendo saldos positivos para a cidade. “Após a soltura, a gente espera que o wolbito se estabeleça, cruze e tenha filhotes com a Wolbachia. Assim, constatamos que há bairros com excelentes resultados, com índice de 60%. Isto significa que temos uma sustentabilidade em campo, fator responsável pelo sucesso do projeto. O engajamento da população em relação ao projeto também foi muito positivo”.
Estima-se que, entre fevereiro e março de 2022, sejam liberados 11 a 12 milhões de wolbitos. Durante as duas primeiras fases do programa, foram liberados quase 20 milhões de mosquitos em mais de 30 bairros da cidade. Gabriel explica que eles não são liberados de uma vez só, sendo frutos de cinco meses de trabalho. “Uma vez por semana os agentes de saúde liberam entre 100 e 150 mosquitos por 16 a 20 semanas. Cada fase do projeto compreende a sete mil pontos de soltura”, contou.
A liberação simbólica contou a participação do secretário Municipal de Saúde, José Mauro Filho, da secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone, do assessor militar na SES, Coronel Marcello Fraiha, além das equipes técnicas da SES e da SESAU.
O Método Wolbachia
A técnica consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para que se reproduzam com os Aedes aegypti locais e estabeleçam uma nova população destes mosquitos, todos com Wolbachia.
A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti. Quando presente nestes mosquitos, ela impede que os vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro do mosquito, contribuindo para redução destas doenças.
Uma vez que os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos de campo e ajudam a criar uma nova geração de mosquitos com Wolbachia.
Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carregam a Wolbachia aumenta, até que permaneça alta sem a necessidade de novas liberações.
Fonte: portal do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul.