Em 2021 o Brasil alcançava a triste marca de quase 620 mil vítimas fatais da Covid-19, hoje o número já ultrapassa as 700 mil mortes. Em dezembro daquele ano a Fiocruz, com financiamento do Ministério da Saúde, inaugurava seu Biobanco Covid-19, mais uma iniciativa pioneira no enfretamento da pandemia e inovação na área da saúde. O prédio, construído no Campus Maré da Fiocruz, no Rio de Janeiro, oferece infraestrutura adequada para o armazenamento seguro, confiável, ético e legal de material biológico humano e não humano (vírus) relacionado ao SARS-CoV-2 e suas variantes.
A Fiotec visitou o Biobanco Covid-19 da Fiocruz, em agosto, e foi recebida por Carlos Roberto Sobrinho, gerente de Materiais Biológicos e Serviços Tecnológicos. Ele conta que em janeiro de 2022 o BC19-Fiocruz iniciou sua operação em caráter emergencial, com a recepção de materiais biológicos remanescentes de exames realizados pela Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19 da Fundação: cerca de 95 mil amostras. “Estas amostras estão sendo incorporadas e serão disponibilizadas pela Coleção de Material Biológico Humano do BC19-Fiocruz, após a aprovação do Protocolo de Desenvolvimento, que ocorreu em junho de 2023 pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep/CNS/MS)”, explica.
Ainda relacionado à Covid-19, a Coleção de Vírus do Biobanco recebeu o depósito de 170 linhagens de SARS-CoV-2 vindas do Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais, do IOC/Fiocruz. Segundo Carlos, amostras que serão submetidas a produção de lotes e posteriormente disponibilizadas para o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Legado para pesquisas em saúde na América Latina
Um dos primeiros do mundo a estruturar e implementar o novo conceito de biobancos, a luz da Norma ABNT NBR ISO 20387, o Biobanco Covid-19 Fiocruz possui além de materiais biológicos humanos, um acervo de materiais biológicos não humanos (vírus). A estrutura e capacidade de armazenamento do BC19-Fiocruz, ressalta Carlos, é um importante legado da pandemia, já que oferece a matéria-prima para estudo e desenvolvimento de vacinas, medicamentos, kits de diagnóstico e estratégias para controle de doenças. “Futuramente, o Biobanco receberá outros micro-organismos (bactérias, fungos e protozoários) e materiais biológicos humanos relacionados a outros agravos, incluindo aqueles ligados a emergências sanitárias”, completa.
Para Carlos, o Biobanco Covid-19 da Fiocruz é uma estrutura inovadora no Brasil, por reunir materiais biológicos humano e da biodiversidade, começando pelos vírus. A instalação é uma das poucas do tipo em toda a América Latina. “Aqui possuímos capacidade de armazenamento de aproximadamente 1,5 milhão de amostras em condições adequadas de temperatura, umidade e pressão, por meio de dois métodos de preservação de ultracongelamento a -80 °C e -193 °C”. Essa capacidade de armazenamento é considerada outro grande diferencial da estruturação do BC19-Fiocruz no contexto nacional e internacional.
O Biobanco Covid-19 da Fiocruz
Estruturado para fomentar atuações colaborativas em nível nacional e internacional. O BC19-Fiocruz opera em três principais frentes:
- O fornecimento de materiais biológicos para pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e inovação de acordo com a regulamentação vigente, e seguindo critérios rigorosos de qualidade, biossegurança e bioproteção.
- O armazenamento de materiais biológicos, com compromisso e confiabilidade, de acordo com a regulamentação vigente e seguindo critérios rigorosos de qualidade, biossegurança e bioproteção.
- Identificação e autenticação de materiais biológicos com qualidade e eficiência, utilizando métodos baseados em características moleculares e filogenéticas.
Saiba mais acessando o site oficial do Biobanco Covid-19 da Fiocruz.
Matéria produzida com informações do portal do Biobanco Covid-19 da Fiocruz.