Epidemia de dengue já atinge seis estados e o Distrito Federal - Fiotec

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Na cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Saúde abriu 11 polos de atendimento para pacientes com dengue (foto: Mauro Pimentel/AFP)

Santa Catarina e Rio de Janeiro foram os últimos estados a decretar epidemia de dengue, na última semana. O território fluminense registra mais de 49 mil casos da doença este ano, 20 vezes acima do esperado, com quatro mortes confirmadas. De acordo com o governador Cláudio Castro, o índice é de 308 casos para 100 mil habitantes, o que configura uma epidemia.

Nesta quarta-feira (21/2), na região de Sol Nascente (DF), durante o lançamento de um programa de mobilização contra a dengue em escolas de todo o País, a ministra da Saúde Nísia Trindade afirmou que é necessária uma mobilização de toda a população para frear a proliferação do mosquito. “Nós conhecemos as epidemias de dengue há 40 anos, é possível cuidar, evitar mortes e combater o mosquito. A vacina não responde à crise desse momento. Vamos seguir progredindo com a vacinação, mas ela é uma aposta de médio e longo prazo, não uma resposta para este momento”, ressaltou.

> Vacinação de crianças contra a dengue já começou em nove estados

Para a ministra, a principal frente de atuação hoje é o combate a proliferação do mosquito, agravada pelas mudanças climáticas, calor excessivo e aumento das chuvas. O ministro da Educação, Camilo Santana, também presente no lançamento, afirmou que as ações de prevenção têm que começar nas escolas, permitindo que os alunos compartilhem o conhecimento com suas famílias e vizinhos. “Cerca de 75% dos focos de dengue estão na casa das pessoas ou na comunidade e precisamos agir nesse aspecto”, disse.

Projeto apoiado pela Fiotec é importante aliado no combate à infecção por dengue
O Método Wolbachia, presente hoje nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE), consiste na liberação de Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia, que impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela urbana nesses insetos. Ao se reproduzirem com os mosquitos locais, se estabelece, aos poucos, uma nova população de Aedes aegypti, todos com Wolbachia.

> Entenda melhor o Método Wolbachia

Em Niterói, primeira cidade do país 100% protegida pelo método, os casos confirmados de dengue caíram de 158 no ano de implantação do projeto, 2015, para 55 casos em 2023. Dados obtidos em 2021 apontavam redução de até 70% dos casos de dengue e 60% de Chikungunya nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, em comparação a áreas que não receberam.

O método está presente aqui no Brasil e em outros países há pelo menos 10 anos, com evidências de sua eficácia em diferentes regiões do planeta. “Na Indonésia, a redução dos casos de dengue foi maior que 77%, chegando a 86% menos hospitalizações causadas pela doença. Na Colômbia, em Medelim, os casos caíram mais de 90%. Além, claro, dos resultados publicados sobre Niterói, em 2019 e 2021, apontando para reduções significativas nos números de casos de dengue e Chikungunya”, afirma Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz e líder do World Mosquito Program aqui no Brasil.

O Ministério da Saúde brasileiro já anunciou a ampliação do Método Wolbachia para seis novos municípios em 2024. A expectativa é que ainda no fim do primeiro semestre os mosquitos sejam liberados em Joinville (SC), Foz do Iguaçu (PR), Londrina (PR), Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG) e Natal (RN). Cerca de 1,7 milhão de pessoas serão beneficiadas pelo projeto. Segundo Luciano, o método já é considerado pela pasta uma política pública de saúde voltada ao controle das arboviroses, representando uma importante estratégia complementar de combate ao mosquito Aedes aegypti.

O pesquisador ressalta que o Método Wolbachia é mais uma frente no controle às arboviroses e que o comprometimento da população continua essencial. “É muito importante continuarmos fazendo o dever de casa, eliminando criadouros [do mosquito], conversando com vizinhos, para que juntos possamos reduzir a população de Aedes aegypti”.

Com informações dos portais Agência Brasil e World Mosquito Program.