(Foto: reprodução/portal Fiocruz Pernambuco)
A Fiotec é parte de um projeto desenvolvido pela Fiocruz Pernambuco que investe, entre outras frentes, no diagnóstico de alta complexidade da leishmaniose visceral (LV), doença infecciosa que pode acometer pessoas e animais. A instituição é responsável pela aquisição de insumos utilizados na produção de testes rápidos de triagem, além de atuar na contratação dos profissionais que desenvolvem as pesquisas.
Recentemente, o Instituto Aggeu Magalhães noticiou a criação de um insumo 100% nacional a ser agregado ao teste para diagnóstico da leishmaniose. A equipe da Fiocruz conseguiu criar em laboratório diferentes versões de uma proteína sintética gerada a partir da união de fragmentos de diversas proteínas do protozoário causador da doença, o Leishmania infantum. Com essa nova proteína (ou antígeno recombinante) feita em laboratório, é possível a interação com o anticorpo presente no homem ou animal positivo para LV, identificando se aquela amostra está ou não infectada pelo causador da doença.
O apoio da Fiotec acontece também na etapa posterior à produção da proteína, em que ela é encaminhada sob temperatura específica para garantir sua estabilidade para o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), no Rio de Janeiro. No Campus Manguinhos da Fundação, o insumo é finalmente agregado ao dispositivo de teste rápido sorológico. O instituto carioca também participou das etapas prévias de desenvolvimento e avaliação do teste proposto.
O novo antígeno apresenta eficácia tanto em cães sintomáticos quanto nos assintomáticos positivos para a leishmaniose visceral, melhorando a aplicabilidade do exame em relação aos já existentes no mercado. A expectativa é que ele possa ser agregado ao teste rápido sorológico utilizado no Sistema Único de Saúde (SUS) ao finalizar todas as etapas necessárias. Atualmente, não há nenhum produto nacional com essa eficácia, sendo preciso importar um insumo utilizado no teste para humanos e outro para o de cães.
A leishmaniose visceral
É transmitida pela picada do inseto chamado flebotomíneo ou, popularmente, mosquito palha. A fêmea desse mosquito precisa picar um cão infectado, que funciona como principal reservatório em área urbana do protozoário Leishmania infantum, e depois picar o humano, transmitindo a doença. No homem, a enfermidade é considerada crônica e sistêmica, podendo atingir diversos órgãos. Ela pode causar anemia, perda de peso, fraqueza, febre de longa duração, aumento do fígado e do baço. O diagnóstico precoce e início do tratamento em tempo oportuno são essenciais para evitar agravamento e complicações, inclusive o óbito. O tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo SUS.
Fonte: portal da Fiocruz Pernambuco