No dia 25/7, o Brasil passou a sediar o Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags), instalado no Rio de Janeiro. A Fiotec, como fundação de apoio à Fiocruz, gerenciou a reforma da área para instalação do instituto e o evento de inauguração. A solenidade aconteceu na Academia Nacional de Medicina no Rio de Janeiro, reunindo ministros, vice-ministros e representantes dos 12 países que integram o organismo. Pierre Chagnon (Diretor Administrativo) e Mansur Campos (Diretor Financeiro) representaram a Fiotec.
Fruto da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), o principal objetivo do Isags é promover o intercâmbio, a reflexão crítica, a gestão do conhecimento e a geração de inovações no campo da política e governança da saúde, colocando à disposição dos ministérios da Saúde da América do Sul as melhores práticas e evidências para qualificar a administração no setor.
O Isags terá como diretor-executivo, nos próximos três anos, o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão. Segundo ele, o instituto foi estabelecido com o desafio de buscar uma agenda inovadora para temas que afetam a América do Sul, onde serão estabelecidos seus projetos e diretrizes, tendo como base as diversas transições que a saúde vem enfrentando hoje em dia. São elas: a transição demográfica, que traz impactos substantivos para os sistemas de saúde, principalmente no âmbito da organização e dos custos, e a transição epidemiológica, em que as doenças crônicas e as violências prevalecem.
Temporão alertou para a projeção que a Organização Mundial de Saúde (OMS) faz para os próximos 20-30 anos, com o crescimento das doenças senis e neuropsíquicas. "Tais patologias mudarão e impactarão profundamente nossos sistemas", disse.
A alteração no padrão de consumo de alimentos na sociedade, aliada às mudanças educacionais contra o sedentarismo, e consequentemente contra todas as patologias ligadas a estes problemas, como hipertensão ou diabetes, foi discutida. Quanto à transição tecnológica, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e o Isags deverão apresentar estratégias de gestão e políticas de incorporação de novas tecnologias que atendam às necessidades dos países.
A transição organizacional tem por foco a busca de novas governanças para os serviços, redes e sistemas, enfrentando o desafio de como trabalhar a saúde de forma mais integrada às demais políticas sociais. "A questão mais importante é o desafio da construção de sistemas universais e a relação entre público e privado na construção desses sistemas", informou Temporão.
Secretária executiva da Unasul profere conferência inaugural do Isags
Coube à secretária geral da Unasul, Maria Emma Mejia, fazer a aula inaugural do Isags, abordando o tema “As perspectivas e integração social da Unasul”. A expositora traçou um panorama histórico dos duzentos anos dos movimentos de libertação da América Latina e como os países conseguiram vencer, ao longo desse período, as mais diversas crises globais.
Todo esse envolvimento culminou no que hoje é a Unasul - uma união em que se pode avançar pela qualidade de vida dos cidadãos por meio de uma agenda social de intercâmbio entre os países. "As ações fundamentais do Isags/Unasul, em parceria com os Ministérios da Saúde, devem passar pela redução da pobreza, da exclusão social e das desigualdades, sempre respeitando os direitos humanos", ressaltou.
Mais informações sobre o Isags podem ser obtidas no site do instituto
Fontes: Isags e Ensp