Uma chancela de qualidade, que ateste a excelência no cuidado ao paciente baseada em padrões internacionais. Essa é a busca de três hospitais e cinco UPAs participantes do Programa de Acreditação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) cuja contratação de profissionais é realizada pela Fiotec. Elas estão sendo preparadas de acordo com os padrões de qualidade da Joint Comission International (JCI), principal referência quando o assunto é qualidade em instituições de saúde.
As unidades – Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (HEAPN), Hospital Estadual Alberto Torres (HEAT), Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans (HEVMC) e as UPAs Maré, Botafogo, Tijuca, Penha e Engenho Novo – foram selecionadas pela SES por serem consideradas as mais estratégicas no quesito qualidade por conta das características dos serviços oferecidos e também pelo desempenho na implementação do Programa de Qualidade da secretaria. A ideia é estender o programa para outras unidades da secretaria.
"A prioridade da acreditação é a segurança do paciente. É necessário o redesenho dos processos, a definição das políticas, de planos, padrões, protocolos e procedimentos de cada setor e a uniformização do cuidado. A busca pela certificação é um grande passo que damos em direção à excelência nos nossos hospitais e UPAs", explica o secretário de Estado de Saúde, Sergio Côrtes.
Todas as mudanças e adequações são feitas baseadas em um manual que vira uma espécie de bíblia para as unidades e, principalmente, as chefias envolvidas na ação. As definições do manual são adaptadas para a realidade e o perfil de cada unidade.
O primeiro a começar o processo de acreditação foi o HEAPN, em Saracuruna. Referência em cirurgias ortopédicas de média e alta complexidade, maternidade de alto risco e neurocirurgia, o hospital aderiu ao Programa de Excelência em Gestão da SES em 2007, criando a Gerência da Qualidade, e, em 2009, iniciou o processo de preparação para a acreditação.
O HEAT, em São Gonçalo, referência em atendimento ao trauma e que possui o maior número de leitos de CTI (75) entre os hospitais públicos e privados do estado, iniciou a preparação para a acreditação em março deste ano e, para se organizar internamente, implementou uma assessoria de qualidade e planejamento que, além de revisar procedimentos e práticas, tem a missão de sensibilizar funcionários que não participam dos processos decisórios e fazer com que a informação chegue a todos de forma efetiva, incentivando e lembrando a importância de cada um na busca pela certificação.
O HEVMC, localizado em Nilópolis, também começou seu processo em março de 2011 e, desde então, recebe a visita de um orientador da JCI semanalmente. Assim como o HEAT, a unidade passou pela primeira avaliação em agosto. O hospital é referência em maternidade de alto risco, UTI adulto e neonatal e, agora, no tratamento de queimados – foi inaugurado um centro de tratamento de queimados em agosto, primeiro da rede da SES para atender a pacientes com queimaduras de segundo e terceiro graus.
As cinco UPAs participantes do processo já passaram pela 1ª avaliação educativa da JCI e estão na fase de implementação dos planos de melhorias, acompanhada pelo Comitê de Acreditação das UPAs, composto, inclusive, por representantes dessas unidades.
Melhorias
No HEAPN, as mudanças já foram muitas. Entre as principais, a criação de um Centro de Terapia Intensiva Pós-operatório, um Centro de Imagem com tomografia e ressonância magnética, a troca das camas manuais por elétricas e a revalidação dos diplomas de todos os profissionais da unidade, a fim de evitar falsos profissionais no quadro do hospital.
O centro de reimplante, onde funciona o SOS Reimplante, serviço inédito da rede da SES e que já realizou 73 cirurgias, sendo 72,5% bem sucedidas, integra as melhorias obtidas após o começo do processo. Lá, é checado e rechecado nome e número do prontuário do paciente a ser operado, o membro e a lateralidade em questão, tudo para ter a certeza de que será operado o paciente certo, da forma correta.
O HEAPN criou também um sistema de monitoramento de informações, em que funcionários percorrem as dependências do hospital e fazem relatórios escritos e fotográficos com tudo que inspecionam, identificando possíveis falhas e solicitando as adequações aos setores responsáveis, agilizando, com isso, a resolução dos problemas encontrados. Além disso, foi implantado um setor de gerenciamento de risco, que monitora as possibilidades de risco dentro da unidade e trabalha para minimizá-las ao máximo.
Uma das principais mudanças no HEAT também se deu na forma de identificar o paciente. Hoje, todos que entram no hospital recebem uma pulseira branca com seu nome, data de nascimento e número do prontuário.
Fonte: Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) - adaptado