O método Wolbachia consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti juntamente com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam no mosquito, contribuindo para a redução da transmissão de arboviroses. A bactéria se faz presente em 60% dos insetos, mas não pode ser encontrada naturalmente nos Aedes aegypti.
O projeto foi iniciado como um piloto na área de Jurujuba, em Niterói/RJ, que hoje é a primeira cidade 100% protegida pelo método. Os casos confirmados de dengue caíram de 158 no ano de implantação do projeto, 2015, para 55 em 2023. Estudos apontaram ainda redução de 60% dos casos de chikungunya e 40% de zika, em comparação a áreas que não receberam os Aedes aegypti com Wolbachia. Além de o município fluminense, o Método Wolbachia já está presente nas cidades de Petrolina (PE) e Campo Grande (MS). É realizado também um estudo clínico randomizado em Belo Horizonte (MG).
O Ministério da Saúde já anunciou a ampliação do Método para seis novos municípios em 2024. A expectativa é que ainda no fim do primeiro semestre os mosquitos sejam liberados em Joinville (SC), Foz do Iguaçu (PR), Londrina (PR), Presidente Prudente (SP), Uberlândia (MG) e Natal (RN). Cerca de 1,7 milhão de pessoas serão beneficiadas pelo projeto. Segundo Luciano Moreira, pesquisador da Fiocruz e líder do World Mosquito Program aqui no Brasil, o Método já é considerado pela pasta uma política pública de saúde voltada ao controle das arboviroses, representando uma importante estratégia complementar de combate ao mosquito Aedes aegypti.